O OSSO
"No verde manto do tempo, Luís,
Um osso alveja: resto do almoço
campestre ou rupestre ferramenta?
A montante, algum dente o esburgou,
alguma boca lhe comeu a carne.
Instrumento, ou despojo para trás das costas
jogado, o osso vai ser coberto
pela neve fria, a seu tempo.
Não pranteies, Luis, sobre a sazonal
presença , em fundo verde ou branco,
do osso, que não podemos nada
contra ele.
Enxuga-me, Luís, esse relento de alma,
que o osso o melhor é contorná-lo.
Alexandre O'Neill
Margarida Araújo enviou-me esta fotografia tirada na Praça das Caldas.
A Alexandre O'Neill, tomei de empréstimo o poema Ossos, publicado na sua Poesia Completa (edição Assírio & Alvim)
1 comentário:
gostei da fotografia e do poema, ou seja,
das imagens e das palavras da Margarida e da Isabel (O'Neill).
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