Cavacos das Caldas
CAVACOS DAS CALDAS II

DICIONÁRIO GRÁFICO BORDALIANO

alguns livros, cerâmicas, belos gatos e algo mais...



segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Café Literário


Autor Convidado:
Ricardo Araújo Pereira

Livro: Novas Crónicas da Boca do Inferno

Centro Cultural e de Congressos
Dia 3 de Dezembro (Quinta-Feira)
21,30 Horas

"Um livro no qual a mais fina ironia e o humor requintado
se juntam e resolvem não entrar."

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Muito Reconhecida à Gentileza ...


A falsa jornalista Maria (dos Pontos nos ii) de peito feito pelos elogios recebidos, agradece a todos as palavras de carinho e incentivo e propõe-se levar a cabo novas reportagens, se os seus leitores assim o exigirem.

Quer para já anotar que:

- Sente-se responsável pelo facto de não ter enunciado a existência de mais um caldense a ser incluído no lote indicado como sendo da terra. Trata-se de Artur Gonçalves que no dia 19, na sala Multiusos da UN onde decorreu o Congresso, esgrimiu as suas “Picardias de Humor à Portuguesa.”

- Só caldenses eram 5!

- Anotaram à jornalista o facto de a Câmara das Caldas ter sido responsável pela organização do encerramento do Congresso nas Caldas. Pois então o encerramento foi onde? No CCC? E de quem é o CCC? Da Câmara, por isso a jornalista não viu necessidade de referenciar o evidente.

Não quer a jornalista de serviço deixar de evidenciar as óptimas instalações de que os Caldenses dispõem no CCC para e realização de espectáculos, congressos, toda a variedade de iniciativas culturais e lúdicas, e deseja do fundo do coração que os caldenses acarinhem um projecto que para a cidade e para a região pode significar uma alavanca de desenvolvimento cultural, social e económico.

Resta-me fazer minhas as palavras de Bordalo Pinheiro, regressado dos Brasis, após a infrutífera tentativa da venda da jarra Beethoven:

“Muito reconhecido(a) à gentileza como fui recebido(a) nas Caldas.”
Maria

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Fim de Festa


Terminou no sábado o Congresso Internacional Rafael Bordalo Pinheiro no seu Tempo.

Apreciei muito os ensinamentos dos mais diversos palestrantes. Uns mais interessantes que outros; a uns tantos, poucos, recomendo uma certa dose de irreverência, por muito pequenina que seja.

É o mínimo, quando se trata de Rafael Bordalo Pinheiro.

Confesso que me diverti imenso a preparar a minha intervenção. Dei um pulo para dentro das páginas dos jornais bordalianos, pedi emprestada a personagem à Maria dos Pontos nos ii, andei a passear pelas Caldas na companhia de Bordalo, cheguei à fala com o Dr. Pim e com Berquó, encontrei o Zé Povinho, e corri ameaçada pelo gato Pires. Ri-me com os críticos e ridicularizei factos.

Andei por lá a fazer estragos, espalhei iis em diversas direcções tendo o cuidado de não ferir ninguém com uma farpa mais afiada.

Pode ser considerada presunção da minha parte mas acho que Bordalo apreciou a minha companhia. Eu apreciei de sobremaneira a sua.

Já combinámos novos encontros...




Congresso Internacional Bordalo Pinheiro no seu Tempo
Colecção de 6 postais
H. Mourato

domingo, 22 de novembro de 2009

Café Literário

Autor Convidado: António Lobo Antunes
Livro: Que cavalos são aqueles que fazem sombra no mar?
Dia: 26 de Novembro (Quinta-feira)
Horas: 21,30
Local: Café do CCC
A Loja 107 agradece o apoio e a colaboração do Centro Cultural de Congressos nesta sua partilha de leituras com a cidade

terça-feira, 17 de novembro de 2009

A Caminho de Lisboa



A partir de amanhã terá lugar nas instalações do Instituto de Estudos Portuguesas da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, o "Congresso Internacional Rafael Bordalo Pinheiro no seu Tempo".

Ao longo de 4 dias, 47 conferencistas falarão da obra de Rafael Bordalo nas mais variadas perspectivas.

Vão ser uns dias empolgantes para quem aprecia a obra do excelente caricaturista e imaginativo ceramista.

A cerimómia de encerramento do "Congresso Internacional Rafael Bordalo Pinheiro no seu Tempo" será no sábado, nas Caldas da Rainha.

São 4 os caldenses a abordarem a obra Mestre.

A saber:

- No dia 20 de Novembro (sexta-feira), pelas 11,30 Horas, Cristina Horta falará sobre: "Bordalo Pinheiro- Obras com História - Cerâmica";

- No dia 21 de Novembro (sábado), pelas 11,30 Horas, Isabel Castanheira feita repórter, relatará as "Variações Caldenses", ou seja, as novidades da mais famosa terra de vilegiatura do país;

- No mesmo dia, pelas 11,45 Horas, Matilde Tomaz do Couto e Fátima Crespo da Fonseca Ribeiro, conduzir-nos-ão por uma visita aos "azulejos de Rafael Bordalo Pinheiro num jardim romantico de finais do Séc. XIX";

- Logo depois, pelas 12,00 Horas, João Bonifácio Serra, levar-nos-á a visitar "Rafael Bordalo Pinheiro e o centro cerâmico caldense".

Vão ver 4 dias inesquecíveis. Amanhã de manhã, bem cedinho, vou a caminho de Lisboa e levo comigo a Velha dos Pontos nos ii, o Pan-Tarântula, o Manuel Gustavo, o Zé Povinho numa padiola feita altar, e um gato Pires de estandarte a voar ao vento...

Rafael Bordalo Pinheiro vai connosco.

Prometo, no sábado, trazê-lo de volta.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Café Literário - Praça da Fruta 2


Praça da Fruta de Carlos Querido

Dia 15 de Novembro (Domingo)
16 Horas
Salir de Matos
Antiga Adega do Mosteiro de Alcobaça
Rua de Santo António, n.º 20

«Praça da Fruta» de Carlos Querido

"Para muitos de nós, caldenses de nascimento ou de adopção por vivências escolares, pessoais e militares, a Praça da Fruta é um lugar mágico de onde todos trouxemos algum pó público nos sapatos particulares. Os meninos do meu tempo de menino tinham (os que podiam) um fato dos Armazéns do Chiado no dia do exame da quarta classe.

O ponto de partida para esta ficção narrativa é o próprio lugar: «A névoa das manhãs do Oeste dissipa-se sempre devagar. É então que surge um momento de luz perfeita, quando céu já é azul e o chão ainda reflecte o orvalho da noite. Nesse instante único, em que a limpidez do olhar chega a tornar-se insuportável, surpreendo-me a observar as imperfeições da calçada. Marcas do tempo, cicatrizes, rugas, sinais de envelhecimento que nos passam despercebidos por os vermos todos os dias».

É neste espaço mágico que se articulam duas histórias paralelas: a do Narrador com Marília e a da viúva do Casal da Areia que mandou matar o marido muito mais velho do que ela. Do primeiro caso temos a história e o enredo; do segundo apenas a memória. Em ambos a diferença de idades é flagrante. Mas não só: os sonhos também são opostos. O Narrador é um empregado de uma Repartição; Marília é professora. Um apenas regista; outra semeia. Um gosta dos papéis do passado, outra ouve a música do futuro. Conheceram-se na Praça da Fruta quando Marília vendia pêssegos para ajudar a família. Juntou-se o peso da Cultura com a força da Natureza. Um dos momentos mais conseguidos da narrativa é a chegada do Narrador à casa da família de Marília num dia de matança do porco. Leva na mão um ramo de flores que não consegue entregar à mãe do seu amor porque a mesma se encontra integrada nas tarefas inadiáveis de não deixar coalhar o sangue do animal pendurado no tecto. E é o avô de Marília que o integra no espaço e no tempo com uma espécie de radiografia antropológica do que era viver na nossa terra nos anos 40 e 50 do século XX.

Surge neste livro a eterna disfunção entre Natureza e Cultura, entre o rodar maquinal e certeiro das sementeiras e das colheitas (Marília) e o fascínio dos velhos alfarrábios, jornais, livros, cartazes, actas camarárias e postais antigos (Narrador). Mesmo com livros comprados na livraria «107» e lanches na pastelaria Machado, a ligação entre Narrador e Marília começa a perder-se. Falta de comunicação num tempo em que há comunicação em excesso. Tal como a viúva Marreiros, Marília procura algo mais. A primeira teve um criado espanhol, a segunda tem a Internet. Diria um leitor cínico: «Se tivessem um bebé já nada disto acontecia!». Mas se assim fosse já era outra história. Não era esta história que começa na vida de um lugar e atravessa a vida da vila que foi da cidade que hoje é e do país do qual faz parte. E nos envolve a todos, porque todos os que lá estiveram e passaram nunca mais deixam de lá estar e viver. Lá ficaram mesmo quando não parece. E cabem todos nas 160 páginas deste livro. Um livro a não perder, sem falta."

José do Carmo Francisco

[Os meus agradecimentos ao José do Carmo Francisco pela partilha desta sua crónica publicada na Gazeta das Caldas.]

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Café Literário

Dia 12 de Novembro, 5ª feira
às 21.30H, no CCC
Apresentação de João Serra

A Associação Património Histórico PH – Grupo de Estudos e a Loja 107 promovem o lançamento do livro de Mário Tavares, Caldas da Rainha no Tempo da II Guerra Mundial, sétimo título da colecção Cadernos de História Local, uma edição do PH.

Sobre o livro, diz o autor na nota de apresentação:

“Sempre senti um forte apelo intelectual, até fascínio, pela compreensão dos dramáticos acontecimentos, que marcaram o destino dos homens – na Europa e no Mundo -, vividos durante a década de 1936 a 1945: a Guerra Civil de Espanha e, logo depois, a 2ª Guerra Mundial. Acontecimentos que correspondem, também, aos anos da minha infância.

As Caldas foram, ao tempo da 2ª Grande Guerra – devido à política de neutralidade assumida pelo nosso país -, terra de refugiados e de espiões. A nossa cidade foi, dadas as infra-estruturas hoteleiras que então possuía, uma das localidades escolhidas, pelo governo de Salazar, para “campo” de acolhimento daqueles que procuravam, em Portugal, a fuga ao terror imposto pela máquina de guerra nazi.

Estes tremendos cataclismos haviam de modificar, drasticamente, a maneira de viver dos caldenses: tanto no que concerne à economia, como aos parâmetros comportamentais da população.”

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

395.ª Página Caldense

D. JOÃO V O HOMEM E A SUA ÉPOCA
MÁRIO DOMINGUES

“Havia uma secreta intenção de suborno, por parte do soberano, na liberalidade com que distribuía riquezas por igrejas, por conventos, por imagens. Tratava-se do mesmo equívoco em que ainda hoje vivem muitos crentes, de que basta adular os santos ou o próprio Criador com valiosas prendas para se obter uma protecção muitas vezes imerecida. D. João V julgava enganar a Deus, esquecendo-se de que, pela sua própria doutrina, Deus lê claro em todas as consciências e não há possibilidade de ludibriá-lo nem com basílicas de Mafra, nem com esmolas de pedrarias raras e ouro do Brasil.


As Caldas da Rainha também sacaram algum proveito da enfermidade do Magnânimo, só porque os médicos lhe recomendaram os afamados banhos daquela estância, que ele passou a frequentar todos os anos, pousando ali uma temporada com a família real e toda a corte. Estas deslocações periódicas de uma verdadeira multidão de luxo, seguida de uma numerosa comitiva de criados, custavam rios de dinheiro, ninharias a que o monarca se mostrava indiferente, como de costume. Além disso, aproveitava sempre o ensejo de para insistir na prática das suas liberalidades, conforme nos conta o seu admirador frei Cláudio da Conceição:

«Foram muitas as esmolas que D. João V deu no tempo que se demorou nas Caldas, não só aos pobres particulares que de todos aqueles contornos acorriam a ele, com petições abonadas pelos párocos, mas aos conventos circunvizinhos e mais igrejas […]. Deu ricos ornamentos para a igreja das Caldas e mandou renovar os altares, deu-lhe também uma banqueta de prata sobredoirada e castiçais da mesma para todos os altares, turíbulo e naveta, e um sino.»"

(Páginas 291 e 292)

[Mário Domingues. D. João V O Homem e a sua Época. Prefácio – Edição de Livros e Revistas Lda. s/data (2005?) Sem indicação de edição.]

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O Gato da Luisa

" Encontro azul numa esquina de Sta. Maria da Boa Vista"
Pernambuco - Brasil

Fotografia de Luisa Pfau, recebida por email