Cavacos das Caldas
CAVACOS DAS CALDAS II

DICIONÁRIO GRÁFICO BORDALIANO

alguns livros, cerâmicas, belos gatos e algo mais...



quinta-feira, 24 de abril de 2008

Autora Caldense


UM LIVRO, UMA HERANÇA para o Carvalhal do Bombarral

"CARVALHAL … e peras! - Viagens por memórias e paisagens é um livro que nasceu da ideia da fotógrafa e artista plástica Agneta Bjorkman, que durante 12 anos residiu na freguesia do Carvalhal (Bombarral). A sua intenção foi deixar como herança à freguesia que a acolheu, uma obra que prevaleça no tempo. Convidou a antropóloga Teresa Perdigão para a acompanhar nas suas muitas viagens pelo sítio e para os imensos contactos com as pessoas, e para escrever os textos. Estas viagens decorreram ao longo das quatro estações do ano de 2007 que, aliás, ilustram os quatro capítulos do livro.
O Núcleo de Melhoramentos Cultura e Desporto do Carvalhal acolheu e apoiou a ideia.
A freguesia do Carvalhal tem, assim, à sua disposição um livro que é, como diz a Professora Adriana Nogueira, no prefácio, «um testemunho do estado da freguesia do Carvalhal, em 2007, mas que não se fica por este valor documental antropológico. Antes pelo contrário: são muitas as leituras que nos permite.
Quem quiser usá-lo como roteiro turístico da freguesia, dele fará bom proveito: não faltam referências a restaurantes, cafés, locais de lazer domingueiros ou sazonais, actividades agrícolas, paisagens, gentes, músicas.
Quem quiser usá-lo para consulta histórica, lerá com prazer a súmula dos proprietários da Torre, a história da banda ou a evolução dos moinhos.
Quem quiser conhecer as festas, poderá saber quando são os círios, pedir pelo pão-por-Deus, dançar nas associações ou no Musicoeste.
Quem gostar do sabor da linguagem, pode enriquecer aqui o seu vocabulário, ouvindo «deitar as loas» no altar, acompanhando o «arrelvamento» dos trevos, ou a «surriba», que revolve a terra.
Quem quiser encontrar valores humanos, muitos são os nomes que ali se destacam, desde os animadores das colectividades, aos cheios de espírito de iniciativa, que levaram à realização de sonhos, como a compra de um novo sino para uma Igreja.
(…)
E, entre tantas outras possibilidades, quem apenas pretender um momento de literatura, aqui o tem.
A escrita da Teresa está recheada de imagens, de figuras de estilo, dirão alguns. Consegue levar-nos a perceber o empenho de quem caiou a parede, quando nos leva a querer ver o «branco esmerado» da igreja; consegue descrever o orgulho dos quem têm as suas casas «mimadas»; consegue fazer-nos sentir o calor de um Verão que não acaba, numa «paisagem de Outono envergonhado»; consegue transmitir o brio da aldeia que se dá a ver «com vaidade e dignidade».
As imagens da Agneta mostram que tudo o que as palavras nos dizem sobre as cores da terra, das vinhas, das frutas, das casas, das pessoas, não é um exagero poético. E a concepção gráfica da Sandra, ao realçar as palavras e as imagens, tornou físicas estas sensações.
O Carvalhal é, de facto, uma terra… e peras!»

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