Cavacos das Caldas
CAVACOS DAS CALDAS II

DICIONÁRIO GRÁFICO BORDALIANO

alguns livros, cerâmicas, belos gatos e algo mais...



segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Os Teatros de Lisboa

«O armário dos irmãos Davenport era menos complicado de que as peças que prega a todos este gaiato mór do país.
Desgraçado de quem não tiver cautela com ele. Está perdido.
De várias ocasiões, nas Caldas da Rainha, onde ele andava a fingir que tratava da sua gota impertinente, fez coisas incríveis a homens pacíficos, incapazes de suspeitarem que ele armasse laços de tal ordem à sua inexperiência. Uns ficavam sem sopa, outros ao recolher do Club encontravam-se sem a chave do trinco, e tinham de arrombar a porta, ou de ir pedir, à uma hora da noite, uma escada para trepar e entrarem pela janela ...»
In: Os Teatros de Lisboa, de Júlio César Machado e ilustrações de Rafael Bordalo Pinheiro. Livraria Editora de Matos Moreira & c.ª. 1855

sábado, 21 de dezembro de 2013

Natal nas Caldas

As ruas das Caldas da Rainha estão mais bonitas este Natal. As iluminações que a embelezam, simples e sem grandes floreados, conferem-lhe um ar de senhora distinta, de meia idade. Foi retocada a maquilhagem, pois a Câmara, e muito bem, resolveu com uma acção demolidora de pintura, dar cabo de todos as horrorosas pinturas que conspurcavam as paredes da cidade. Os laçarotes que enfeitam os vasos de flores, conferem um toque de festa e alegria, já não falando das árvores de Natal que são um símbolo do Natal caldense. Os meus amigos e antigos colegas, que estão na ACCCRO, Associação Comercial, fizeram um bom trabalho. Para eles a minha saudação e parabéns. Podem orgulhar-se marcaram a diferença. Continuem.
A fotografia é do blogue Águas Mornas do Zé Ventura.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Os Livros do Natal

Nestes últimos tempos, fiz greve ao blog.
Por razões várias, o que eu tinha a partilhar com quem eventualmente estivesse interessada no que eu poderia dizer, nada era. Durante este período de abstinência, o que mais me chamou a atenção, foi o problema levantado por um conjunto de Livreiros Independentes quanto às condições de comercialização dos livros conferidas aos grandes grupos, nomeadamente à Bertrand e à Fnac. Este é um problema que é um pau de dois bicos; e estes bem afiados, por sinal. Quem compra os livros, e está fora destas questões, não percebe porque é que ele é um problema. Quer é adquirir os livros ao mais baixo custo. Mas o mercado é jogado com cartas viciadas. Uma das grandes cadeias de livrarias, a Bertrand, pertence a um dos grandes grupos editoriais, a Porto Editora. A Fnac, é a Fnac, que tem força que baste para negociar os preços que quer. Não têm sido falados dois grandes grupos, que pelos anúncios que leio, também apresentam preços sem concorrência: Os supermercados Continente e a WooK, sendo esta também do Grupo Porto Editora. E é fantástico é que é precisamente neste período, habitualmente de maior procura e consequentemente mais venda, que surgem, como cogumelos, feiras, promoções, packs, e sei lá que mais. O livro não conta como livro, mas sim como um produto que suscita procura e em relação ao qual são feitas ofertas de venda, como em mais nenhum produto. Nunca consegui comprar arroz com 25% de desconto, nem trazer 300 gramas de fiambre pelo preço de 200 gr. E existe ainda, acho eu, uma lei do preço fixo do livro, criada há anos, ainda em vigor, que é inteiramente posta de parte. Tomei em atenção a queixa feita à fiscalização por um grupo de Livreiros Independentes. A Fiscalização aceitou a queixa, com base na violação da lei, mas a verdade é que quem foi fiscalizado continua a anunciar as mesmas condições de venda, essas, precisamente, que foram consideradas como violadoras da lei. Custa a perceber? Claro como a água…. Não cumprir a lei, compensa. Ou quem pode, pode. E entretanto já se passou o período mais acentuado das vendas, e regressa tudo ao rame rame habitual. De nada serve, mas os livreiros independentes têm toda a minha compreensão e vivo à distância os seus problemas, que também já foi meu. É uma atitude quixotesca, mas quando compro livros, vou a uma livraria, e não aos armazéns de livros que actualmente abundam por todo o lado, porque nas livrarias encontro pessoas que falam a minha linguagem e sei orientar-me entre os livros expostos. E cada vez gosto mais de velhos livros … Sinto-lhes a alma… E uma coisa é certa; quem foi livreira uma vez, é livreira por toda a vida. É um tipo de doença crónica, sem cura e para a qual não há vacina… Esperemos pelos próximos episódios, que já antevejo: Pode David lutar contra Golias?...