"O gato caçador e o gato borralho são os mais presentes na tradição portuguesa, quer nos textos quer nas figurações. Recordem-se, ao nível de adágios populares e relativamente ao primeiro caso: "gato miador, nunca bom caçador", que remonta ao século XV; "dar ao gato o que há-de levar o rato"; "de casa do gato não vai o rato farto"; "mais magro no mato que gordo no papo do gato"; "muito sabe o rato, mas mais sabe o gato"; "o que há-de levar o rato dá ao gato e tirar-te-á de cuidado"; "vão-se os gatos, estendem-se os ratos" ou "quando em casa não está o gato, estende-se o rato"; tudo ditados que remontam, pelo menos, ao século XVII. A nível do segundo não se esqueçam: "tirar a castanha do borralho com a mão do gato", datável do século XVI pelo menos; ou a afirmação do Orto do Esposo (século XV) de que "não pode o gato estar acerca do fogo que não se queime". Numa pintura do século XVI, portuguesa ou encomendada para Portugal, lá surge o gato bem junto à lareira de uma família burguesa. É verdade que também o encontramos sentado aos pés dos donos ou na soleira da porta de casa." [Pág. 90/91]
A. H. de Oliveira Marques
BOCA DO INFERNO
Revista de Cultura e Pensamento
Câmara Municipal de Cascais
N.º 8 - Julho 2003
Introdução à História dos Gatos em Portugal
A. H. de Oliveira Marques
[Páginas 83 a 97]
[Página partilhada com o João B. Serra (indicação da fonte) e com a Margarida Araújo (fotografia)]
1 comentário:
O Gil foi o gato mais lindo que fotografei. Um miau para ele lá no céu dos gatos.
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