Sobretudo no verão de pouco serve
Salvo a chimpanzé de pano de pó
A vida cabe num instante breve
Passa na travessa um sol-e-dó
Amanhã ficamos em Fernão Pó
E para que a noite seja leve
Dormimos os dois numa cama só
- Olha-me a ideia que ela teve
Mais assassina inesperada rima
Que do meritíssimo o veredicto
Desilude a gente mas anima
Um bote de artista que não falha
E ao apurar a gesta da navalha
Assina a sorte com um manguito
Júlio Pomar
[Jornal das Letras, 28 de Janeiro - 10 de Fevereiro de 2009]
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