GEORGES MINOIS
"O riso é uma virtude que Deus deu aos homens para os consolar por serem inteligentes, dizia Marcel Pagnol.
[...]
Mas será possível domesticar o riso? Disfarçado de humor ácido, o riso corrói pouco a pouco os fundamentos do poder e da sociedade. No século XIX, o humor encontra o seu terreno predilecto na sátira política, enquanto que os filósofos dissecam as suas virtudes, por vezes para as deplorarem, e Baudelaire procura o "cómico absoluto". A ironia torna-se uma forma de relação do homem com o mundo. Protege contra a angústia e ao mesmo tempo exprime-a. "Eu rio-me com o velho maquinista Destino", escreve Vítor Hugo, que fixa em fórmulas imortais a ambiguidade do riso. O século XIX acaba com uma apoteose do riso e do nonsense. A partir de então, o mundo vai escarnecer de tudo, dos seus deuses como dos seus demónios."
[História do Riso e do Escárnio. Georges Minois. Editorial Teorema. Título original: Histoire du Rire et de la Dérision. Tradução: Manuel Ruas. 1.ª Edição Dezembro de 2007. 707 Páginas. ISBN 978-972-695-741-6]
2 comentários:
Pois é! É o mundo que temos.
Riso e outro riso... faltam os risos. Quem não ri? O riso é a porta aberta para o silêncio... falarei depois do riso, agora tomo-me nas páginas do livro em causa e manuseio as virtudes das páginas espostas, cadenciando um outro olhar.
Isabel, o teu trabalho na bogosfera está magnífico.
Parabéns.
Beijinhos do Jorge Ferro Rosa
Até breve!
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