Mas sabemos nós do que falamos, quando falamos das “madres”?
Tentando dar uma achega ao assunto, recorri à página da Internet da responsabilidade de Cencal (Centro de Formação Profissional para a Indústria Cerâmica), dali recolhendo um pequeno texto do ficheiro intitulado “Elementos Constituintes do Processo Cerâmico", ao qual anexei um conjunto de fotografias de madres existentes na Fábrica.
Quero expressar o meu agradecimento ao sr. Formigo, que me conduziu pelos corredores do armazém onde estão bem guardadas as madres, classificadas e identificadas, fruto de um trabalho de minúcia e de extrema dedicação. Agradecimentos extensivos à Elsa Rebelo.
O texto intitula-se: “Caracterização e constituição de uma peça de cerâmica”, que passo a transcrever:
“Para se reproduzirem peças em cerâmica industrialmente, é necessário que estas passem por um processo mais ou menos elaborado até que se consiga obter a peça final.
Estes processos iniciam-se cm a definição do processo de conformação, a partir do qual a peça será reproduzida, e com a execução dos modelos em gesso ou barro, pode-se utilizar as técnicas de facetamento, torneamento, escantilhão, manuais ou mistas. Depois de se ter definido o processo de conformação e se ter optado por uma das técnicas para construir o modelo, é necessário executar o molde original que reproduzirá a forma do modelo. Este molde originalmente também está ligado ao processo de conformação, sendo a sua forma final definida por este.
Para que se possam posteriormente reproduzir vários moldes iguais, é necessário construir uma madre de cada uma das partes que o compõem, podendo ser constituídas em gesso, resina ou silicone.
A última etapa, antes do processo de conformação, é a reprodução a partir das madres, de vários moldes de produção que irão alimentar cada uma das máquinas ou das mesas de enchimento. O processo de conformação pode ser feito por via líquida ou pastoso, existindo para o efeito vários tipos de máquinas. As peças, posteriormente acabadas, serão secas e cozidas.
No final, as peças em barro são decoradas e novamente cozidas. Em alguns casos, podem ser cozidas só uma vez em mono cozedura, porque se coze a pasta e o vidro ao mesmo tempo anunciando una etapa, ou no inverso ser necessário cozê-lo três vezes quando existe uma decoração de terceiro fogo que tem de ir novamente ao forno depois de aplicada sobre um vidro cozido.”
PS: Este texto refere o actual processo de constitução de uma peça cerâmica, em tudo semelhante à utilizada no tempo de Bordalo, à excepção da utilização de materiais como por exemplo o silicone.
5 comentários:
Excelente trabalho Isabel aceita os meus sinceros parabéns e tem uma boa semana de vendas e claro saúde pb.
Deixo tb 2 beijinhos
Excelente post!
E mais que oportuno.
Obrigada, Iabel.
bela lição de história, foi por isso que deixei ligação nas "Viagens"...
http://lauroantonioapresenta.blogspot.com/2009/01/rafael-bordalo-pinheiro.html
Será que esforço de muito será caminho do encontro de uma solução para a Fábrica e o legado de Bordalo Pinheiro?
Muito didáctica esta viagem ao mundo das madres das Faianças Bordalo Pinheiro que a Isabel nos proporciona! E muito oportuna também, como já havia sido dito.
Obrigada!
- Isabel Xavier -
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