Cavacos das Caldas
CAVACOS DAS CALDAS II

DICIONÁRIO GRÁFICO BORDALIANO

alguns livros, cerâmicas, belos gatos e algo mais...



sexta-feira, 5 de outubro de 2007

165.ª Página Caldense

TERMO DE ÓBIDOS
JOÃO MIGUEL FERNANDES JORGE

"Café Central"

"Voltei ao café onde me levavam
quando rapaz. E onde entrei algumas vezes quando
ia às Caldas. Na parede
o unicórnio, o cavalo alado, um terceiro espécime mais pequeno
que certa aura ilumina
bailado em ouro de gentileza
sobre azul que fôra turquesa e o restauro tornou azul
ganga

a sala abre sobre
a praça. O trânsito, tal como hoje, circula pela esquerda (coisa
elogiada pelos lábios murmurantes da política) e
o mercado da fruta - raiz de todo o comércio, espécie de relíquia
ninguém impede o rapazio de vender berlindes e
de cantar a sua própria canção. "

[Termo de Óbidos. João Miguel Fernandes Jorge. Relógio d'Água. 1.ª Edição Dezembro de 2006. ISBN 978-972-708- 926-0. Preço: 10,00 Euros.]

Com um abraço amigo dedico esta página caldense à Maria.

3 comentários:

Luis Eme disse...

O nosso "Café Central"...

Parece que se recomenda, pelo menos passei por lá uma noite destas e estava cheio...

O poeta do Bombarral também, assim como a Maria...

Maria disse...

Obrigada, Isabel.....
O Café Central viu-me "crescer", nos longínquos finais dos anos 60...
Reuníamo-nos em tertúlia por lá, o Luiz Pacheco, o Luis Ferreira da Silva.... e nós, anónimos na cidade....

Fiquei comovida. Muito obrigada, outra vez.
Um abraço

jorgeferrorosa disse...

Lindo, mas muito lindo. Confesso que tocou a minha alma. O "Café Central" é para mim um lugar carismático, desde a primeira hora que coloquei os pés nas Caldas, aos tempos onde escrevia os meus poemas, as minhas crónicas e outros escritos que foram publicados na Gazeta das Caldas e no Jornal das Caldas. Faz pouco tempo que estive ai e já tenho saudades, acredita Isabel. Aquele espaço faz-me sentir tão bem e como vivi ali ao lado, na casa da D. Edite, uma pessoa excelente que nunca esqueço, confesso que também não sei nada dela. Inspirações no "Café Central"... vista para os movimentos, as correrias de dia, a praça da fruta... todo um murmúrio cheio de vida. Obrigado Isabel, por dares vida à chama da minha saudade. Um beijinho para ti, com amizade.
Jorge Ferro Rosa