DAS CALDAS DA RAINHA
GUILHERME WITHERING
"As Caldas he huma agradavel pequena Villa, quasi doze legoas ao norte de Lisboa, e a estrada entre ellas he boa. Goza esta Villa de bons ares e alegres arredores, mas a sua celebridade he devida principalmente ás fontes medicinaes quentes, que ha muito tempo saõ grandemente estimadas, pela cura de varias queixas chronicas. Encerraõ-se estas fontes em hum famoso edificio de pedra, junto a hum nobre hospital de fundaçaõ Regia, aonde annualmente durante o verão saõ recebidos e tratados os doentes pobres, que de Lisboa para lá se enviaõ.
Além de hum poço que fornece as agoas para se beberem, ha quatro banhos cada hum apartado sobre si, em tres dos quaes a agoa nasce, mas de todos os que tem maior nascente he o banho dos homens, sendo quanto ao resto iguaes em grandeza. Pareceo-me que naõ havia differença sensivel entre a agoa do banho dos homens, e a do banho das mulheres, mas a temperatura deste ultimo he algum tanto mais fraca, parte pelo ar da casa ser menos restringido, parte tambem pela menor quantidade de agoa que nelle nasce. O banho dos homens tem 36 pés de comprimento, 9 de largura, e 2 pés e 8 pollegadas de altura de agoa, de modo que quando esta cheio na ordinaria medida, contém 864 pés cubicos de agoa, que a nascente fornece em pouco mais de um quarto de hora." [...] [Páginas 3 e 4]
[Analyse Chimica da Agoa das Caldas da Rainha por Guilherme Withering Doutor em Medicina, sócio da Acadmia R. das Sciencias de Lisboa, e da Sociedade R. de Londres. Lisboa, na Officina da Academia. 1795. Com licença de S. Magestade. Artigo Extrahido das Actas da Academia Real das Sciencias da Sessão de 11 de Dezembro de 1793. Bilingue: Português e Inglês. 61 Páginas numeradas + Capas. Dimensão: 13,40 x 19,10 cms.]
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