CRÓNICA DOS TEMPOS IDOS
LUIZ TEIXEIRA
"O bom tempo das Caldas não morreu.
Vendo bem, acompanhou apenas a transfiguração que pôs, nas estradas, em lugar das diligências do José Paulo, os autocarros dos Capristanos; que substituiu as velhas hospedarias do Cercal e da Ota pelas pousadas do Castelo de Óbidos e de São Martinho; e fez da calma e remota vila esta recente e próspera cidade.
O que era grande e essencial, nas épocas que passaram, permanece, resiste e não se amesquinhou com o decorrer dos anos: as belas árvores, a pureza do clima, o pitoresco e a poesia dos costumes rústicos, a tradição da hospitalidade e a nobreza dos sentimentos e virtudes exemplares da gente caldense. O resto,todo esse sonho animado e frívolo que faz o fulgor ocasional da crónica dos tempos idos, desapareceu, é certo. Mas deixou na atmosfera desta terra mais do que uma nostalgia de recordações; a palpitação de uma sorridente frescura e uma bela, envolvente e estimuladora insinuação de espiritualidade...! [Pág. 35 e 36]
[Crónica dos Tempos Idos. Luiz Teixeira. Lisboa. 1954. Palestra pronunciada na noite de 25 de junho de 1954 no Rotary Clube das Caldas da Rainha.]
O meu agradecimento ao amigo Vitor Pires pela partilha desta fonte bibliográfica caldense.
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