É dia de Natal.
Nesta época da vida em que os anos passam quase sem se dar por isso, para mim, esta data perdeu parte do seu encanto.
Apesar dos presentes, das cores dos papéis e das fitas, das mil e uma luzes que brilham na cidade, das mesas postas e bem compostas, do conforto da presença da família, das mensagens dos amigos, não deixa de ser uma data sombreada por uma certa nostalgia.
Esqueceu-se a sua origem, uma data de celebração e vida: o nascimento de uma criança.
Seja-se ou não filho de deus – deveria ser sempre um dia de júbilo e de esperança.
Mas não é o que me é dado sentir.
Nos noticiários das televisões – preferencialmente decoradas a dourado – assistimos aos jantares servidos aos sem abrigo.
Consoadas de bacalhau e grelos servidos com fraternidade.
E nos restantes dias do ano, o que sucede? Não há sem abrigo, não há jantares ou não há reportagens sobre o assunto?
Mesmo no Natal, por vezes, também recebemos más notícias. Este ano é o enceramento da Fábrica Bordalo Pinheiro.
Sei bem que esta fábrica nada tem a ver com a que o Mestre funda em 1884: a Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha, que após vicissitudes é arrematada em hasta pública por Godinho Leal, em 1908.
De qualquer modo a fábrica até hoje existente na Caldas, surge também em 1908 fundada por Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro, podendo por isso ser considerada a herdeira dos saberes, dos genes e do espírito de Rafael Bordalo Pinheiro.
Por tudo isto não sei se gosto muito desta época; acho que este ano perdi completamente o espírito natalício.
Compensa esta tristeza a companhia da expressiva e bela escultura em cerâmica de Mestre Rafael Bordalo Pinheiro, modelada pelas mãos sábias e sensíveis de outro grande senhor da cerâmica caldense: Mestre Herculano Elias.
Nesta época da vida em que os anos passam quase sem se dar por isso, para mim, esta data perdeu parte do seu encanto.
Apesar dos presentes, das cores dos papéis e das fitas, das mil e uma luzes que brilham na cidade, das mesas postas e bem compostas, do conforto da presença da família, das mensagens dos amigos, não deixa de ser uma data sombreada por uma certa nostalgia.
Esqueceu-se a sua origem, uma data de celebração e vida: o nascimento de uma criança.
Seja-se ou não filho de deus – deveria ser sempre um dia de júbilo e de esperança.
Mas não é o que me é dado sentir.
Nos noticiários das televisões – preferencialmente decoradas a dourado – assistimos aos jantares servidos aos sem abrigo.
Consoadas de bacalhau e grelos servidos com fraternidade.
E nos restantes dias do ano, o que sucede? Não há sem abrigo, não há jantares ou não há reportagens sobre o assunto?
Mesmo no Natal, por vezes, também recebemos más notícias. Este ano é o enceramento da Fábrica Bordalo Pinheiro.
Sei bem que esta fábrica nada tem a ver com a que o Mestre funda em 1884: a Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha, que após vicissitudes é arrematada em hasta pública por Godinho Leal, em 1908.
De qualquer modo a fábrica até hoje existente na Caldas, surge também em 1908 fundada por Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro, podendo por isso ser considerada a herdeira dos saberes, dos genes e do espírito de Rafael Bordalo Pinheiro.
Por tudo isto não sei se gosto muito desta época; acho que este ano perdi completamente o espírito natalício.
Compensa esta tristeza a companhia da expressiva e bela escultura em cerâmica de Mestre Rafael Bordalo Pinheiro, modelada pelas mãos sábias e sensíveis de outro grande senhor da cerâmica caldense: Mestre Herculano Elias.
Os meus mais reconhecidos agradecimentos a Mestre Herculano Elias pela sua tão generosa e simbólica oferta.
1 comentário:
Os Natais de quando éramos miúdos acabaram-se, Isabel.
Por isso, pelas razões que aqui apontas, não o celebro.
Sobre a Bordalo, sabia que a Câmara tinha tentado há algum tempo que ela não fechasse. Agora fiquei sem palavras...
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