Eis-nos chegados ao fim do ano de 2008.
Foram 365 dias vividos com a intensidade possível e um interesse moderado. Um ano de coisas boas e de outras más, apresentando um saldo a tender para o negativo.
Não resisto a recorrer a Rafael Bordalo Pinheiro que me ajudará a sintetizar a situação que hoje nos é dado viver.
No início de um novo ano, o de 1883, Rafael desenha “Botânica Política – O Povinhorum Contribuintibus”.Foram 365 dias vividos com a intensidade possível e um interesse moderado. Um ano de coisas boas e de outras más, apresentando um saldo a tender para o negativo.
Não resisto a recorrer a Rafael Bordalo Pinheiro que me ajudará a sintetizar a situação que hoje nos é dado viver.
Passo a descrever. Zé Povinho é uma árvore de raízes bem assentes na terra. Pelo tronco acima desliza um sem número de políticos, que se vão agarrando aqui e ali com o intuito de treparem por ali acima.
Juntamente com os políticos e seus aprendizes, alguns membros do clero. Não esquecendo os capitalistas. Tantos são e é tal o seu empenho, que o tronco vai secando, secando, de tanto ser sugado…
Em segundo plano e com a descrição devida, observam a situação um burguês acompanhado por um membro da realeza.
Nos extremos desta árvore empestada de parasitas, nuns ramos um tanto ou quanto débeis, florescem meia dúzia de folhas e algumas florecas.
Quando os parasitam lá chegarem, desaparecerão.
A legenda desta página é “Árvore que começa a rebentar e dará fructos se a limparem do phylloxera e outros parasitas”.
Esta imagem tem 125 anos. Tendo em atenção as devidas diferenças existentes entre a sociedade de 1883 e a actual, esta imagem mantém uma inquietante actualidade.
Mérito de Bordalo? A intemporalidade da caricatura? Infelicidade nossa?
“O Povinhorum Contribuintibus”, continua a existir: somos nós.
BOTANICA POLITICA
O Povinhorum Contribuintibus
[Publicado no dia 4 de Janeiro de 1883, n’O António Maria.]
1 comentário:
Querida amiga
quanta actualidade
Um ano Bom para ti
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