A cumplicidade
A sedução
O descanso
A surpresa
A ousadia
O fascínio
Amizade
A um gato
Os espelhos não são mais silenciosos
Nem mais furtiva a alba aventureira;
Tu és, sob o luar, essa pantera
Que só vemos de longe, receosos.
Por obra indecifrável de um decreto
De Deus, te procuramos futilmente;
Mais remoto que o Ganges e o poente,
É teu isolamento mais secreto.
Teu dorso condescende com a morosa
Carícia desta mão. Admitiste,
Desde essa eternidade que é o triste
Esquecimento, o amor da mão medrosa.
Existes noutro tempo. E és o dono
De um domínio fechado como um sono.
A um gato
Os espelhos não são mais silenciosos
Nem mais furtiva a alba aventureira;
Tu és, sob o luar, essa pantera
Que só vemos de longe, receosos.
Por obra indecifrável de um decreto
De Deus, te procuramos futilmente;
Mais remoto que o Ganges e o poente,
É teu isolamento mais secreto.
Teu dorso condescende com a morosa
Carícia desta mão. Admitiste,
Desde essa eternidade que é o triste
Esquecimento, o amor da mão medrosa.
Existes noutro tempo. E és o dono
De um domínio fechado como um sono.
Jorge Luis Borges, Obras Completas, Vol II
Agradeço a colaboração dos amigos que me enviram as imagens.
Um aviso particular à Isabel Xavier que me enviou o poema: fico à espera de mais.
1 comentário:
Aí vai uma versão cantada. É só preciso clicar:
Le Chat de la Voisine - Yves Montand à l´Olympia
http://www.youtube.com/watch?v=LEaSpfSof3c
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