Carlos Querido
Editor: Corrida de Letras
Prefácio: Laborinho Lúcio
Apresentação: Café Concerto, Centro Cultural e de Congressos
15 de Outubro, 21,45 Horas
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Balada da Praça da Fruta
(a Carlos Querido)
"João Cristo, sua cocheira
Onde o meu avô sabia
Que a burra trabalhadeira
Era a dez tostões por dia
Ficava ela a descansar
Nas cocheiras da cidade
Desconfiada do lugar
E moscas em quantidade
Minha tia Francelina
Nascida no Zambujal
Vinha vender obra fina
Os bichos do seu quintal
Numa carroça pequena
É que o seu mundo cabia
Sempre calma e serena
Dava-me um beijo e sorria
Exame era uma guerra
Bebemos uma gasosa
O grupo da minha terra
Não levou uma raposa
Nos armazéns do Chiado
Pronto-a-vestir é um fato
Nunca tinha reparado
Neste novo artesanato
Meu exame da terceira
Foi feito sem companhia
Em Abril, segunda-feira
Já não me lembro o dia
Chamado para a inspecção
Sou dado como capaz
Dentro duma contradição
Não sou guerra mas paz
Minha prima Deolinda
Professora de crianças
Na doçura que não finda
Dava-me muitas esperanças
Suas torradas matinais
A caminho do regimento
Davam-me forças especiais
Para marcha e movimento
Fosse das suas orações
Ou fosse da entrevista
Eu passei sem ralações
E fiquei em contabilista
Com três filhos crescidos
E acrescentado um neto
Compro beijinhos pedidos
E cavacas no Gato Preto
Praça da Fruta eterna
Onde o mundo nunca pára
És tão antiga e moderna
Porque és uma praça rara
Povoada por mil paixões
Todos nós mesmo distantes
Trouxemos nos corações
A força dos teus instantes
E mesmo na chuva londrina
Tomas, meu neto à escuta
Recorda Santa Catarina
E lembra a Praça da Fruta"
(a Carlos Querido)
"João Cristo, sua cocheira
Onde o meu avô sabia
Que a burra trabalhadeira
Era a dez tostões por dia
Ficava ela a descansar
Nas cocheiras da cidade
Desconfiada do lugar
E moscas em quantidade
Minha tia Francelina
Nascida no Zambujal
Vinha vender obra fina
Os bichos do seu quintal
Numa carroça pequena
É que o seu mundo cabia
Sempre calma e serena
Dava-me um beijo e sorria
Exame era uma guerra
Bebemos uma gasosa
O grupo da minha terra
Não levou uma raposa
Nos armazéns do Chiado
Pronto-a-vestir é um fato
Nunca tinha reparado
Neste novo artesanato
Meu exame da terceira
Foi feito sem companhia
Em Abril, segunda-feira
Já não me lembro o dia
Chamado para a inspecção
Sou dado como capaz
Dentro duma contradição
Não sou guerra mas paz
Minha prima Deolinda
Professora de crianças
Na doçura que não finda
Dava-me muitas esperanças
Suas torradas matinais
A caminho do regimento
Davam-me forças especiais
Para marcha e movimento
Fosse das suas orações
Ou fosse da entrevista
Eu passei sem ralações
E fiquei em contabilista
Com três filhos crescidos
E acrescentado um neto
Compro beijinhos pedidos
E cavacas no Gato Preto
Praça da Fruta eterna
Onde o mundo nunca pára
És tão antiga e moderna
Porque és uma praça rara
Povoada por mil paixões
Todos nós mesmo distantes
Trouxemos nos corações
A força dos teus instantes
E mesmo na chuva londrina
Tomas, meu neto à escuta
Recorda Santa Catarina
E lembra a Praça da Fruta"
José do Carmo Francisco
[de José do Carmo Francisco um poema dedicado a Carlos Querido.Os meus agradecimentos ao autor pela oportunidade de publicação da Balada da Praça da Fruta no blog Cavacos das Caldas]
4 comentários:
Obrigado eu pela oportunidade de estar no seu Blog. Assim vale a pena escrever. Já dizia o nosso mestre Camilo Castelo Branco - «A poesia não tem presente: ou é esperança ou saudade.»
Bjbj
JCF
Obrigado eu! Já Camilo disse «A poesia não tem presente: ou é esperança ou saudade». A minha já é só saudade. Pois. JCF
Desculpem todas e todos: continuo a ser um «sem-abrigo» informático. Como não vi o primeiro escrevi o segundo; afinal estava lá mas escondido. Desculpem... JCF
A poesia das memórias do José do Carmo Francisco...
Obrigada Isabel por a trazer aqui.
Beijinho para a Isabel e para o JCF também.
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