"O ZÉ POVINHO DE RAFAEL BORDALO PINHEIRO:
Uma iconologia de ambivalência
[...]
A figura do Zé Povinho, sobretudo na sua relativa tardia versão cerâmica, é uma das mais populares da arte portuguesa fino-oitocentista. Até aos anos de 1970, pelo menos, era frequente vê-la em prateleiras de tabernas e pequenos comércios de vilas, aldeias e lugares de todo o território nacional. Em corpo inteiro ou, mais vulgarmente, em rotundo busto, que podia enformar canecas e caixas decorativas, esse Zé Povinho errático e familiar consubstanciava uma espécie de benévola transgressão, quase sempre ligada ao manguito obsceno e à proclamação retórica do logista ou taberneiro sobre a sua clientela, inscrita no próprio objecto: «Queres fiado...toma!». " [Pág. 239]
Raquel Henriques da Silva
[Raquel Henriques da Silva. Capítulo: O Zé Povinho de Rafael Bordalo Pinheiro: Uma iconologia de ambivalência. Revista de História da Arte. N.º 3. 2007. Instituto de Historia da Arte - Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Edições Colibri.]
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