Cavacos das Caldas
CAVACOS DAS CALDAS II

DICIONÁRIO GRÁFICO BORDALIANO

alguns livros, cerâmicas, belos gatos e algo mais...



domingo, 15 de maio de 2011

Montra do 15 de Maio



A montra da Loja 107 do dia 15 de Maio – dia festivo da cidade – foi projectada sob o signo do amarelo.

Porquê o amarelo? A cor de sol dos girassóis de Bordalo Pinheiro, numa homenagem aos ceramistas caldenses, de Rafael Bordalo Pinheiro a Belo, de Herculano Elias a Carlos Constantino, uns de entre tantos nomes ilustres que se torna praticamente impossível mencioná-los a todos.

Junto às flores amarelo-sol, um gato bizantino de Rafael. Estático olha para uma livraria desenhada no típico bordado caldense da autoria das mãos hábeis e sensíveis de Idalina Lameiras.

Logo mais um macaco Bordaliano, empréstimo de um velho e bom amigo.

Pendurado lá do alto, faz aquilo que todos os macacos sabem tão bem fazer: macaquices. Mas diga-se em abono da verdade, que por muito que ele faça, não consegue competir com as grandes macaquices de outro género que alguns dos seus primos primatas andam por aí a fazer.

O macaco de Bordalo tem o sentido do ridículo e não se presta a momices. Faz companhia a uma edição d’ «A Cerâmica de Rafael Bordalo Pinheiro».
Na segunda prateleira, um pouco mais à esquerda um gato riscado da Fábrica Belo ampara os três volumes da «História do Hospital das Caldas da Rainha até ao ano de 1656”, de Jorge de S. Paulo.

Na prateleira seguinte, surgindo de entre mais flores amarelas a edição de “Caldas da Rainha Património das Águas” em parceria com a placa cerâmica que reproduz a Porta da Sacristia da Igreja de Nossa Senhora do Pópulo, saída das mãos fortes e gentis do artista Herculano Elias.

Ao lado a edição de “Queres Bordalo”, de António Manuel António Pina, o mais recente autor da língua portuguesa galardoado com o conceituado Prémio Camões.

Recebido neste mesmo dia, um busto de Fernando Pessoa oferecido pelo Carlos Constantino; com o seu ar triste de poeta incompreendido, Fernando confere à cena um ar de seriedade.

Na prateleira de baixo, como que despontando de um canteiro florido, vários exemplares da “Rainha D. Leonor” da pena do Conde de Sabugosa.

A finalizar num ecrã roda um poema de António Gedeão, intitulado:

«Poema do Poste com Flores Amarelas»

Vieram os operários, puseram o poste de ferro na berma do passeio
E foram-se para voltar noutro dia.
O poste tinha sido pintado há pouco de verde
E quando lhe batia o sol rutilava como as escamas dos dragões.
Mesmo junto do poste, no passeio, havia uma árvore que dava flores amarelas,
E o vento fez cair algumas flores amarelas sobre o poste verde.
As pessoas que por ali passavam diziam «que chatice de poste»,
Mas o poeta sorria para as flores amarelas.»

E com esta montra, composta por livros, cerâmicas, poesia e flores, a Loja 107 homenageia a cidade e os caldenses com quem nesta data partilha 35 anos de leituras.

1 comentário:

Luis Eme disse...

bem gira, Isabel.

os caldenses (mesmo os distantes agradecem) o bom gosto e a diferença.