Cavacos das Caldas
CAVACOS DAS CALDAS II

DICIONÁRIO GRÁFICO BORDALIANO

alguns livros, cerâmicas, belos gatos e algo mais...



quarta-feira, 31 de outubro de 2007

185.ª Página Caldense

RAFAEL BORDALO PINHEIRO
Caricatura
Aguarela colada sobre outra aguarela, 1885
Museu Roque Gameiro, Minde

O meu agradecimento ao João B. Serra pelo envio desta autocaricatura bordaliana.

184.ª Página Caldense

OBRA GRÁFICA
JOÃO ABEL MANTA


RAFAEL BORDALO PINHEIRO
Desenho a carvão, sem assinatura, 1991
[Pág. 12]

[Obra Gráfica. João Abel Manta. Museus Municipais de Lisboa / Museu Rafael Bordalo Pinheiro. Lisboa.1.ª Edição: 2000 Exemplares, 1992]

terça-feira, 30 de outubro de 2007

183.ª Página Caldense

TURISMO
ÁLBUM DE PORTUGAL
TOMO II
"Caldas da Rainha
Terra que se impõe pela tradição secular, engrandecida pelo génio de admiráveis artistas portugueses."
"Pavilhões do Parque - Construção feita ainda sob a direcção de D. Rodrigo Berquó. É aí que que funciona a Escola Industrial e Comercial"


Lago do Parque

Louça das Caldas

"As primitivas peças de louça das Caldas, que ajudaram fortemente a celebrar tão bela cidade, são atribuídas à época da rainha D. Leonor.

A primeira ceramista que apareceu foi a chamada Maria dos Cacos.

A faiança das Caldas de hoje é muito diferente daquela época. A Maria dos Cacos sucederam António de Sousa Liso, José Francisco de Sousa e Francisco Gomes de Avelar que introduziram admiráveis aperfeiçoamentos na faiança das Caldas.

Foi na fábrica de Francisco Gomes de Avelar, em 1884 , que o grande artista Rafael Bordalo ensaiou os primeiros barros da série longa e gloriosa que o havia de imortalizar.

Em seguida a Rafael distinguiram-se José Fuller, o Visconde Sacavém (José) e Costa Mota (sobrinho) que imprimiram à faiança das Caldas uma feição nova.

Francisco Elias, Avelino Belo, José Carlos dos Santos, Acelino Carvalho, Eduardo Elias, Salvador Fausto de Sousa, Raul Figueiredo, José Belo, Germano da Silva, Francisco do Couto e Herculano Serra são hoje os ceramistas que mais se destacam."

"Nas Caldas da Rainha, há excelentes hóteis, pensões, restaurantes, cafés, pastelarias, estação de correio e telégrafo, escolas, instituições de beneficiência, e uma comissão de iniciativa que trabalha, vendo-se o fruto proveniente de muita energia dispendida, que revela à farta a marcha criteriosa para a senda do progresso."


[Turismo. Álbum de Portugal. Tomo II. Praias - Termas. Director: Alfredo Cândido. Colaboração Literária de Acúrcio Cardoso. Tradução em inglês de: Henry Roberts. Tradução em espanhol de: L.S. Puig. Edição e Propriedade da Revista Turismo. 1930.]

O meu agradecimento ao Zé Sequeira pelo empréstimo desta fonte bibliográfica caldense.

domingo, 28 de outubro de 2007

Leituras

A BIBLIOTECA

UMBERTO ECO

[...] "... é preciso decidir se se queremos proteger os livros ou dá-los a ler. Não estou a dizer que é preciso optar por dá-los a ler sem os proteger, mas também não se deve optar por protegê-los sem os dar a ler. E também não pretendo dizer que é preciso encontrar uma posição intermédia. O que é preciso, sim, é que um desses ideais prevaleça, depois logo se procurará fazer as contas com a realidade de modo a defender o ideal secundário. Se o ideal é fazer com que o livro seja lido, há que tentar protegê-lo o mais possível, embora sabendo os riscos que se correm. Se o ideal é protegê-lo, dever-se-á também tentar deixar que o leiam, embora sabendo os riscos que se correm. Neste sentido o problema de uma biblioteca não é muito diferente do de uma livraria.

Há alias, dois tipos de livrarias. Há as livrarias muito sérias, ainda com estantes de madeira, onde, mal entramos, somos logo abordados, por um senhor que nos diz: «Que deseja?», após o que nos sentimos intimidados e saímos: nestas livrarias roubam-se poucos livros. Mas compram-se ainda menos. E há também as livrarias tipo supermercado, com estantes de plástico, onde, principalmente os jovens, circulam, olham, se informam acerca do que vai sendo editado, e aqui roubam-se imensos livros, apesar dos sistemas de detecção electrónica. Podemos surpreender um estudante a dizer: «Ah, este livro é interessante, amanhã venho roubá-lo»."[...] [Pág.42 e 43]

[A Biblioteca. Umberto Eco. Tradução de Maria Luisa Rodrigues de Feitas. Difel, Edição Editorial. 4.ª Edição, Fevereiro de 1998. ISBN 972-29-0174-5]

sábado, 27 de outubro de 2007

182.ª Página Caldense

LUGAR DAS TERMAS
JORGE MANGORRINHA


[Lugar das Termas, Património e Desenvolvimento Regional - As Estâncias Termais da Região Oeste. Autor: Jorge Mangorrinha . Editor: Livros Horizonte. 1.ª Edição: 2000.ISBN 972-24-1107-1]

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

181.ª Página Caldense

FOZ DO ARELHO NA LENDA E NA HISTÓRIA
JAIME UMBELINO

CANÇÃO DA BATEIRA DA FOZ DO ARELHO

Ligeira bateira
da Foz do Arelho
- pincelada escura
no poente vermelho -
onde vais tão ligeira,
ligeira bateira
da Foz do Arelho?

Cuidado bateira
Com os bancos de areia...
Olha a noite feia
Descendo das dunas...
Cuidado Bateira,
Bateira ligeira...
Cuidado com as brumas
Vindo, sorrateiras, do cimo dos montes,
Das águas das fontes,
d'além horozontes...
Cuidado, bateira!

Bateira ligeira,
Da Foz do Arelho
- pincelada escura
no poente vermelho -
olha a noite feia
e os bancos de areia...
Cuidado bateira!

A pesca à candeia
Não é brincadeira,
tem ar de aventura,
com a noite escura,
sem a lua cheia,
com a sombra das dunas
e os ventos, e as brumas,
vindo sorrateiras,
d'além horizontes,
escorrendo das fontes
descendo dos montes
de barro vermelho...
Cuidado, bateira,
bateira ligeira
da Foz do Arelho!
Jaime Umbelino, 1947 (Pág. 38)

[A Foz do Arelho na Lenda e na História. Autor: Jaime Umbelino. Edição do Autor. 2.ª Edição, revista e aumentada, 2006. Tiragem: 1000 Exemplares. A aquisição desta obra é uma ajuda para a construção da nova igreja da Foz do Arelho. Preço: 15,75 Euros]

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

180.ª Página Caldense

RECORDAÇÕES DE TEATRO
SOUSA BASTOS

"Os Três Bordalos

"É uma notável família de artistas a família Bordalo Pinheiro.
[...]
Rafael Bordalo Pinheiro, grande caricaturista, exímio artista da cerâmica e originalíssimo decorador, foi também critico dramático, ornamentador de teatro, inventor de figurinos para peças e caricaturista na cena.

Rafael Bordalo, apenas com meia dúzia de traços do seu prodigioso lápis, ao mesmo tempo caustico e investigador, fazia uma crítica muito superior à dos longos e estudados artigos de quase todos os nossos Saeceys." [...] [Pág. 12]

[Recordações de Teatro. Sousa Bastos. Prefácio de Eduardo Schwalbach. Editorial O Século. Lisboa. 1947]

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

179.ª Página Caldense

PROBLEMAS DE HIGIENE E PUERICULTURA
FERNANDO CORREIA

[...] "«O Lactário-creche Rainha D. Leonor» das Caldas da Rainha, pois é dele que acabo de falar a V. Exªas. criou-se, progrediu e desenvolveu-se numa terra que não é rica, numa terra onde há para os habitantes inúmeras despesas periódicas, que os cansam e absorvem as disponibilidades. Mais facilmente se podem instalar em muitas terras do país. [...] [Pág. 25]

[Problemas de Higiene e Puericultura. Fernando Correia. Coimbra, Imprensa da Universidade. 1934]

178.ª Página Caldense

CATÁLOGO GERAL
A CERÂMICA DAS CALDAS
COLECÇÃO A. LUCAS CABRAL


[Catálogo Geral - 1.º Volume - A Cerâmica das Caldas - Tomo I - Colecção A. Lucas Cabral. 3.ª Edição revista. 1986. Instituto Português do Património Cultural / Museu da Cerâmica - Caldas da Rainha. Capa: alguns exemplares de assinaturas e siglas utilizados por Rafael e Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro.]

O Gato de André Carrilho

ANDRÉ CARRILHO

Ontem, numa visita ao 18.º Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora - 2007, encontrei este gato de André Carrilho no "Catálogo de Autores de Banda Desenhada Portuguesa" publicado pelo Centro Nacional de Banda Desenhada (Câmara Municipal da Amadora).

A grande apetência da Amadora para a realização de festivais relacionados com a Banda Desenhada e a Caricatura, deve-se ao facto de no dia 17 de Abril de 1882, Rafael Bordalo Pinheiro numa conversa no Leão de Ouro, ter referido ao mano Columbano, que aquela era uma zona dos arredores de Lisboa, com grande futuro humorístico ... (Esta informação necessita de ser devidamente confirmada).

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Hábitos de Leitura dos Portugueses

A LEITURA EM PORTUGAL
Coordenação de Maria de Lourdes Lima dos Santos
Observatório das Actividades Culturais
56,9% dos portugueses lêem livros (ano 2007)
83% lêem jornais (ano 2007)
82,7% lêem revistas (ano 2007)
As mulheres lêem mais livros do que os homens
Os homens lêem mais jornais que as mulheres
As mulheres lêem mais revistas que os homens

51,4% dos portugueses não compraram nenhum livro no último ano

O quadro que se segue responde a:

Quem não lê livros, revistas e jornais, o que é que lê?


78,5% dos portugueses que não lêem livros, revistas e jornais, lê contas e recibos!!!!

Estes gráficos constam de um detalhado artigo de Bárbara Wong, publicado no Público de hoje.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

O gato de Natália Correia


"O GATO
I
O gato nos atravessa
como se fôssemos invisíveis
sua travessia é a peça
que falta para sabermos

que o corpo que tanto nos pesa
de não ser água potável
é o modo de desaparecermos
aos olhos do gato o implacável.

II
Da casa ele é o génio
que o telhado retém
e o ardor das paredes
impede que se extinga.

Recôndita pupila
o que não vemos
a ilumina.

III
Por nós abandonaste
a impulsiva selva
e do teu sono ofereces
a inconsútil relva
para que em teu abandono
achemos o amor
que em ti procuramos."
Natália Correia

[Poesia Completa, O Sol nas Noites e o Luar nos Dias. Autora: Natália Correia. Editor: Publicações Dom Quixote. Prefácio da Autora. 3.ª Edição. Lisboa. 2007. ISBN 978-972-20-1642-1]

domingo, 21 de outubro de 2007

Leitoras

AUGUSTO RENOIR
1841-1919

PABLO PICASSO
1881-1920

O meu agradecimento à Isabel Tomaz, pelo muito bom gosto destas mulheres a lerem. Espero por mais.

Leituras

HISTÓRIA DO FEIO
Direcção de UMBERTO ECO

[Título: História do Feio. Direcção: Umberto Eco. Tradução: António Maia da Rocha.Título Original: Storia della Brutezza. Edição: Difel, Difusão Editorial, SA. 1.ª Edição: Outubro de 2007. ISBN 978-972-29-0854-2. Capa cartonada com sobrecapa.]

177.ª Página Caldense


ARQUIVO NACIONAL N.º 378

A doença de D. João V e as suas curas de águas na vila das Caldas da Rainha

[...]"O equinócio da Primavera não poupava S. Majestade. As crises de moléstia eram quase ininterruptas., ficando, a seguir, no meio da maior prostação. D. João V quando sentia alívios, fortalecia-os, refere o cronista, com os sacramentos da confissão e comunhão, que recebia na capela particular do Paço. [...] O Rei voltou aos banhos das Caldas da Rainha, no dia 2 de Maio. Para lá se deslocou toda a Corte, instalando-se no Palácio Real. No edifício procedeu-se a obras de alargamento, desde o quarto de El-Rei até à travessa de N. S. do Pópulo, onde se encontrava o banho de Sua Majestade." [...] [Páginas 216 e 217 com continuação na página 219.

Angelo Pereira

[Arquivo Nacional, Arquivo de História Antiga e de Crónicas Contemporâneas. Ano VIII - N.º 378. 5 de Abril de 1939. Preço: 1$00. Director: Rocha Martins. Editor: Amancio Cayola Zagalo. Redacção e Administração: Rua do Diário de Notícias, 78. Lisboa]

176.ª Página Caldense

ARQUIVO NACIONAL N.º 192


"A Rainha D. Leonor e as Caldas
«Pola Ley e pola Grey» - Agonias e Esperanças - As Armas das Caldas da Rainha - A Obra de D. Leonor - Pelicano Real"


[continuado do n.º 191] "A súbitas, todos se afastarm, abrindo passagem. A rainha, sem os saudar, não reparando nas cabeças curvadas, dirigia-se para onde o filho sofria.
Apressadamente caminhava , também a formosíssima princesa, lívida, espreitando de longe o rosto que há pouco beijara, a boca sorvida por seus loucos ósculos de amor." [...] [Pág. 168 e 169. Artigo não assinado. Continua]

===///===

"D. João V nos Banhos das Caldas
Notícias retrospectivas - Algumas providências para os pobres"


"Frei Cláudio da Conceição deixou escritas , acerca dos banhos das Caldas, algumas páginas de toda a oportunidade nesta quadra de termas e de grande afluência na formosa vila.
Relembremos a viagem do magnânimo às Caldas da Rainha, em busca de melhoras, e mais algumas noticias interessantes ao aquário do hospital:

«Partindo El rei para as Caldas pela undécima vez a 22 de Abril, a quem seguiram também a Rainha e mais Família Real, foram visitar a nova igreja dedicada ao Senhor Jesus da Pedra, à qual se lançou a primeira pedra a 21 de Dezembro de 1740, [...] [Pág. 172 e 173. Artigo não assinado.]

[Arquivo Nacional, Arquivo da História Antiga e da Crónica Contemporânea. Ano IV - n.º 192 - 11 de Novembro de 1935. Preço: 1$00. Director e Proprietário: Rocha Martins. Editor: Américo de Oliveira. Redacção: Rua do Mundo, n.º 100 - 2.º andar - Lisboa.]

sábado, 20 de outubro de 2007

175.ª Página Caldense


PARÓDIA COMÉDIA PORTUGUESA
N.º1 - 1 DE SETEMBRO DE 1980
Revista de Humor e Caricatura


Homenagem ao maior dos Humoristas Portugueses


[Paródia Comédia Portuguesa. N.º 1 - 1 de Setembro de 1980. Preço: 32$50. Director Editor e Propriedário: José Vilhena. ]

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

174.ª Página Caldense

ARQUIVO NACIONAL
N.º 191 - 4 DE SETEMBRO DE 1935


A RAINHA D. LEONOR E AS CALDAS
"Pola Ley e Pola Grey" - Agonias e Esperanças - As Armas das Caldas da rainha - A Obra a de D. Leonor - "Pelicano Real" (Continuado do n.º 190)


"A rainha, no seu infinito amor maternal, é que não desassombrava o ânimo. Continuava a cuidar dos pobres; ia de quando em quando, sempre triste, até aos paços das Caldas, já a chamarem-lhe da Rainha, e destinadas a vila. As mães têm espirito diferente de todas as outras mulheres, emboras as mais apaixonadas." [Artigo não assinado, Pág. 156 e 157.Continua]

[Arquivo Nacional - Arquivo de História Antiga e de Crónicas Contemporaneas. Ano IV - n.º 191 - 4 de Setembro de 1935. Preço 1$00. Director e Proprietário: Rocha Martins. Editor: Américo da Silva. Rua do Mundo, n.º 100, 2.º Andar. Lisboa.]

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Banda Desenhada


A não perder: Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora, de 19 de Outubro a 4 de Novembro 2007

Participação caldense: Carlos Coutinho com a "sua" exposição Lápis Viarco

Mais informações em:http://www.amadorabd.com/

Onde Fica?

[Fotografia de Nicolau Borges.]

Prémio Literário

LÍDIA JORGE foi distinguida com o GRANDE PRÉMIO SOCIEDADE PORTUGUESA DE AUTORES - MILLENIUM BCP. O galardão pretende apoiar a criação artística, estimulando autores com obra já publicada.



O Grande Voo do Pardal

O Grande Voo do Pardal é o novo livro de Lídia Jorge. Dedicado a um público infanto-juvenil é ilustrado por Inês Oliveira. Publicações Dom Quixote. [ISBN 976-72-20-3135-6]

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

173.ª Página Caldense

LAGOA DE ÓBIDOS
D. CARLOS DE BRAGANÇA
1905, desenho sobre papel 40 x 60 cm
Colecção Particular

[Mar! Obra Artística do Rei D. Carlos. Autores: Carla Varela Fernandes, Rui Ramos, Margarida de Magalhães Ramalho, Raquel Henriques da Silva, Isabel Falcão. Sete Mares. Câmara Municipal de Cascais. 1.ª edição Setembro 2007. ISBN 978-972-9916-8-8]

172.ª Página Caldense

TIPOS DO MERCADO - VENDEDEIRAS DE CAVACAS
Colecção Passaporte (LOTY)

CAVACAS (de Alcanena)
(elementos a empregar)
Ovos…. 12 (180 c3)
Azeite muito fino … 0,2 l (200 c3)
Farinha de trigo … q.b.
Sal … q.b.

"Deitam-se os ovos num alguidar e batem-se com a mão à laia de colher, juntam-se dois decilitros de muito bom azeite frio, e continua a bater-se até incorporar muito bem o azeite com os ovos. Depois, deita-se-lhe farinha a pouco a pouco e sal fino e vai-se batendo com o punho da mão fechada contra a parede do alguidar, até que a massa ainda muito branda, comece a despegar-se do punho. Em seguida, lança-se a massa sobre uma tábua bem coberta de farinha e com as mãos bastante empoadas, vai-se puxando, de modo que forme como um bastão de grossura acomodada ao tamanho das cavacas. Um diâmetro de dois centímetros já dá cavacas regulares. O bastão corta-se com uma faca em comprimentos, um pouco superiores ao diâmetro, põe-se num tabuleiro com uma grande camada de farinha no fundo e levam-se a forno muito quente. As cavacas são em seguida passadas em caldas de açúcar em ponto de rebuçado, para ficar, como as das Caldas, [ou cobertas com uma massa feita (para a porção indicada), com seis claras de ovos, e 500 gramas de açúcar bem mexidas, e temperada depois com o sumo de um limão]. Em qualquer dos casos, depois de cobertas, secam-se ao sol."

[Tratado Completo de Cozinha e de Copa. Carlos Bento da Maia, 1941. Livraria Editora Guimarães & C.ª Rua do Mundo, 68, 70 Lisboa]

Nota: Por não ter encontrado uma receita especifica das Cavacas das Caldas, optei por apresentar esta receita de cavacas do conceituado Bento da Maia.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Prémio Nobel da Literatura 2007


DORIS LESSING

"Lá vai gata preta, atarefada, atarefada, verificar focinhos, caudas, pêlos. [...] Gatinhos. Uma criaturinha viva na sua membrana transparente, rodeado pela imundície do seu nascimento. Dez minutos mais tarde, húmido mas limpo, já mamando. Dez dias depois, uma migalha com olhos macios e nebulosos, a boca abrindo-se num silvo de corajoso desafio à enorme ameaça que sente debruçada sobre ele. Nesta altura, em vida selvagem, confirmaria a sua selvajaria, tornando-se um gato selvagem. Mas não, uma mão humana toca-o, um cheiro humano envolve-o, uma voz humana sossega-o. Depressa sai do ninho, confiante de que as gigantescas criaturas à sua volta não lhe farão mal. Cambaleia, depois anda, depois corre a casa toda. [...] Gatinho encantador, gatinho bonito, lindo fofinho pequenino delicioso bichinho - e vai-se embora."

[Edições Cotovia]

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Esplanada Literária

PAULO RIBEIRO CRISTOVÃO

Na nossa Esplanada Literária, no próximo sábado - dia 13 de Outubro de 2007 - Paulo Pereira Cristovão autor de A ESTRELA DE JOANA, tem um encontro marcado com os seus leitores.
(Com todo o respeito pelo autor, a quem numa primeira informação alterei o Pereira por Ribeiro. O nome a seu dono, alteração feita.)

terça-feira, 9 de outubro de 2007

171.ª Página Caldense

O PROGRESSO
Ano I - N.º 38 - 15 de Maio de 1947

UM ASPECTO DO MERCADO (Pág. 13)

JARRA «CALDAS DA RAINHA» (Modelo Escola Bordalo Pinheiro)

UM ASPECTO DO MERCADO DO PEIXE (Pág. 27)

O Milagre das Águas

Dum charco d'água quente, sulfurosa,
Aonde se banhava a pobre gente,
Nasceu, por uma inspiração bondosa,
Esta Terra risonha e atraente.

Foi Dona Leonor, a piedosa,
Quem passando aqui, acidentalmente,
Quis saber, (a mulher curiosa)...
O que era aquela poça d'água quente.

Informada das curas milagrosas,
Quis banhar ali, um seio doente
E, graças a Deus, melhorou e bem.

Qual Dona Isabel, que do pão fez rosas,
A Rainha fez d'essa água nascente
CALDAS DA RAINHA, e ... seguiu além!...

Leonel Cardoso (Capa)

[O Progresso. Ano I - n.º 38. Quinta-feira 15 de Maio de 1947. Director: J. Vieira Pereira. Proprietário: Leonel Sotto-Mayor. Editor: A. C. de Sotto-Mayor. Redacção e Administração: Praça da República, 3-1.º. Caldas da Rainha, Telefone 22. Execução Gráfica: Tip. Caldense. Dimensão: 28,00 x 40,00 cms. 28 Páginas. Desenho da capa assinado por Leonel Cardoso.]

Os meus agradecimentos ao José Sequeira, pela cedência desta peça bibliográfica caldense.

170.ª Página Caldense

José Malhoa
A Mulher do Gato (Retrato)
Óleo sobre tela, 1886

[Este gato veio por via internética, enviado por João B. Serra. A viagem decorreu sem acidentes, e ele cansado, enroscou-se para uma soneca.]

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

169.ª Página Caldense

PRATO DE FAIANÇA DAS CALDAS *
THE LITTLE MERMAID
Pastel sobre papel
140 x 110 cm
2003
Colecção Particular

* Mais Informações em http://www.cidadeimaginaria.org/





PAULA REGO
BERNARDO PINTO DE ALMEIDA
Editorial Caminho
Colecção Caminhos da Arte Portugesa no Século XX
ISBN 972-21-1708-4
9,90 Euros

O Gato de Paula Rego

O sossego do Gato
JARDIM DE CRIVELLI (CRIVELLI'S GARDEN)
Acrílico sobre papel montado em tela
190 x 240 cm
1990-1991
National Gallery, Londres
Cortesia Marlborough Fine Art , Londres


[Paula Rego ou a Comédia Humana. Bernardo Pinto de Almeida. Caminho. 2005.Colecção: Caminhos da Arte Portuguesa no Século XX. ISBN 972-21-1708-4]

Café Literário

O VALE DO MINHO
JOÃO NORTE

Café Literário - Dia 12 de Outubro 2007
(Sexta-feira)
Pópulos - Parque D. Carlos I - 21.00 Horas

Loja 107, Partilhando Leituras

domingo, 7 de outubro de 2007

168.ª Página Caldense

SENHORA DAS TEMPESTADES
MANUEL ALEGRE


FOZ DO ARELHO
ou
PRIMEIRO POEMA DO PESCADOR

Este é apenas um pequeno lugar do mundo
um pequeno lugar onde à noite cintilam luzes
são os barcos que deitam as redes junto à costa
ou talvez os pescadores de robalos com as suas lanternas
suas pontas de cigarro e suas amostras fluorescentes
talvez o Farol de Peniche com o seu código de sinais
ou a estrela cadente que deixa um rastro
e nada mais.

Um pequeno lugar onde Camilo Pessanha voltava sempre
talvez pelo sol e as espadas frias
talvez pela orquestra e os vendavais
ou apenas os restos sobre a praia
«pedrinhas conchas pedacinhos d'osso»
e nada mais.

Um pequeno lugar onde se pode ouvir a música
o vento o mar as conjunções astrais
um pequeno lugar do mundo onde à noite se sabe
que tudo é como as luzes que cintilam
um breve instante
e nada mais."

Foz do Arelho, 8.8.96

[Senhora das Tempestades. Manuel Alegre. Publicações Dom Quixote. 1.ª Edição, Fevereiro de 1998. ISBN 972-20-1450-1.Fotografia de Margarida Araújo.]

167 Página Caldense


OS COMICS EM PORTUGAL
ANTÓNIO DIAS DE DEUS

CAPÍTULO 4.º
RAPHAEL BORDALLO PINHEIRO

A entrada em cena de Raphael Bordallo Pinheiro provocou uma revolução completa na nossa ilustração gráfica. Tão forte era a sua personalidade que os imitadores continuavam, várias décadas após a morte. Os gags dos seus cartoons foram, repetidos até ao fastio; as histórias aos quadradinhos satíricas invadiram todos os jornais em todos os lados. A admiração que despertou, algumas vezes em excesso, fez até esquecer os artistas que o procederam na caricatura e técnica narrativa." [Pág. 37]

[Os Comics em Portugal - Uma Hstória da Banda Desenhada. António Dias de Deus. Revisão e actualização por Leonardo De Sá. Edições Cotovia / Bedeteca de Lisboa. 1.ª Edição. 1997. ISBN 972-8423-04-7]